Antonieta Ardigó Formonte, a vó Nina, é aposentada, tem 81 anos e em plena terceira idade, aos 76, concretizou um grande sonho, seu livro. A obra “As Três Idades: Tradição, Família e Poesia”, reúne relatos da vida da autora, uma árvore genealógica da família Ardigó – fruto de muito trabalho e extensa pesquisa – e, claro, suas poesias. A itajaiense que morou grande parte da vida em Brusque e nos últimos anos esteve várias vezes no Rio de Janeiro para a produção de seu livro concedeu entrevista aos blogs Diário de Hermes e Visão Extra, em sua residência, uma quitinete na Rua Silva, cidade de Itajaí. Dona Nina, que estudou até a quarta série primária, contou aos acadêmicos de jornalismo, Juliano Roberto Flor e Thiago Amorim Caminada, sobre as dificuldades que enfrentou para a produção de sua obra. Muito falante e disposta a vovó de três netos lembrou de suas primeiras poesias, escritas na infância, e da maneira como produz e vive suas poesias.
Como surgiu o gosto e a habilidade de escrever poesias?
Desde pequena. Eu tenho uma poesia que eu fiz com 8 anos. A poesia mais antiga é a primeira e a segunda. Uma com oito e a outra com 10. Mas essas não saíram no livro porque eu não lembrava mais, elas foram perdidas, depois com o tempo eu fui pensando e fiz elas outra vez. A minha professora, quando tinha oito anos, me ensinou a fazer rimar. Ela leu um para nós, a dona Terezinha Praum, e aí ela falou em rima e eu curiosa perguntei “o que é rima?”. Daí ela fez uma rima, depois ensinou mais. E eu fiz em casa. Assim ó? “Eu vi uma rosa sorrindo lá no jardim/ vi também sorrindo para mim/ por que as rosas precisam chorar e sorrir assim?” Essa é a primeira que eu fiz. Porque eu gostava muito de rosas, eu achava que a rosa quando tava chovendo que ela chorava, pingava água, ela chorava, e quando tinha sol ela tava sorrindo.
Quando nasceu a idéia do livro de poesias?
Ali pelo ano 2000, mas eu não queria fazer só de poesias, porque eu não tinha muitas naquela época ainda. Tinham poucas. Porque meu livro bom à enchente levou.
Dentro de tudo que envolveu a produção e pesquisa do livro. Qual foi a maior dificuldade?
Do livro... Foi reunir os documentos dos parentes que é tudo distante. A busca pelos documentos foi a parte mais difícil. A Sia ajudou, outra sobrinha ajudou, outro sobrinho ajudou. Assim, porque eu estava lá no Rio de Janeiro e a gente ligava para eles procurarem. Porque é uma coisa que não dá pra fazer tudo de uma vez. Precisava fazer uma vez de uma família, outra vez da outra, porque a rama do meu pai tem 270 pessoas. Então são muitos, são dez filhos, eram 14, mas criaram dez. Esses dez tem bastante filhos, bastantes netos, são 270 pessoas. E daí a dificuldade de reunir os documentos, fotos. Porque tem um painel [que vem junto com o livro] com as fotos de todos, que acompanha o livro.
Quando vieram as primeiras poesias elas eram baseadas na vivencia. Quando foi para o Rio de Janeiro a maior parte de suas poesias nasceram lá e após a viagem. Qual a inspiração, a motivação que essa viagem lhe deu?
No avião eu fiz poesias. Aí eu sentava na Praça Paris, que ficava na frente da casa do Luiz Carlos (filho), eu fazia. Ou quando a gente foi na Barra, na primeira vez, fiz uma também. Fiz poesia sobre o Rio, sobre o Cristo Redentor, o Teatro Municipal, a Igreja da Candelária.
A beleza do Rio, então, foi à inspiração?
È, um pouco sim.
E o outro pouco?
[Risos] Aparece assim, ó. Aconteceu uma vez uma coisa assim: a Cassilda (sobrinha) estava doente, foi lá em casa, foi se queixar pra mim. Queria que eu rezasse, pra pedir uma ajuda pra ela melhorar. Então ela pediu pra eu fazer uma oração e disse assim: “eu acho que eles estão me enganando, eu queria que eles dissessem a verdade pra mim, eu queria, assim, a verdade transparente”. E aí a Cassilda foi embora e eu fiquei com aquilo, “verdade transparente”. No outro dia eu fiz uma poesia. Com a “verdade transparente”. A poesia é “Amor Fraterno”.
Qual a maior contribuição da poesia na sua vida?
Ela me deixa alegre, me deixa feliz, a gente as vezes está sozinha e pensa diversas coisas e eu estando fazendo poesia eu não preciso pensar, por que aquelas horas passam sem eu pensar em coisas tristes. Na saudade.
De quem a senhora tem mais saudades?
Do Luiz. Meu marido. [Um leve sorriso] Tenho do meu pai, da minha mãe, dos meus irmãos, todos foram bons, mas mais é do meu marido.
E escreve muitas poesias pra ele?
Sim, já escrevi. Fiz uma poesia um mês depois que ele tinha falecido: “todos os vasos precisam de flores como todos os corações precisam de amores mas o meu está vazio desde que partiu tivemos momentos lindos nosso natais iluminados mas também houveram dias difíceis que ficaram lá no passado” Tem um pedacinho que agora não lembro. Sabe porque, nós tínhamos um pé de rosa amarela, que ele me deu de presente, um pezinho com uma rosa. Aí eu plantei em um vasinho. E essa rosa era muito falada, nós dois colocávamos a rosa no sol, tirávamos a rosa do sol, botávamos na sombra, botava de noite na rua e na semana em que ele faleceu tinha uma rosa aberta. E quando aquelas pétalas da rosa amarela. [Saiu sem explicar, deixando-nos na sala. Voltou do quarto com o saquinho com pétalas das flores] Aqui está o raminho de flor aquele apanhou no último dia. Ele faleceu a noite e de manhã ele foi cidade, no INPS, buscar gaze esterilizada, na volta sentou no jardim, encontrou um amigo, eles conversaram e ele apanhou este galinho de flor e me deu. Aí botei no vasinho, botei debaixo do pinheiro, isso era 2 de janeiro. Aí ficou lá depois de 2 ou 3 dias que ele tinha falecido, eu fui tirar o pinheiro e achei a florzinha. Aí eu sequei, só que agora não parece mais, está 13 anos aqui dentro.
Como surgiu o gosto e a habilidade de escrever poesias?
Desde pequena. Eu tenho uma poesia que eu fiz com 8 anos. A poesia mais antiga é a primeira e a segunda. Uma com oito e a outra com 10. Mas essas não saíram no livro porque eu não lembrava mais, elas foram perdidas, depois com o tempo eu fui pensando e fiz elas outra vez. A minha professora, quando tinha oito anos, me ensinou a fazer rimar. Ela leu um para nós, a dona Terezinha Praum, e aí ela falou em rima e eu curiosa perguntei “o que é rima?”. Daí ela fez uma rima, depois ensinou mais. E eu fiz em casa. Assim ó? “Eu vi uma rosa sorrindo lá no jardim/ vi também sorrindo para mim/ por que as rosas precisam chorar e sorrir assim?” Essa é a primeira que eu fiz. Porque eu gostava muito de rosas, eu achava que a rosa quando tava chovendo que ela chorava, pingava água, ela chorava, e quando tinha sol ela tava sorrindo.
Quando nasceu a idéia do livro de poesias?
Ali pelo ano 2000, mas eu não queria fazer só de poesias, porque eu não tinha muitas naquela época ainda. Tinham poucas. Porque meu livro bom à enchente levou.
Dentro de tudo que envolveu a produção e pesquisa do livro. Qual foi a maior dificuldade?
Do livro... Foi reunir os documentos dos parentes que é tudo distante. A busca pelos documentos foi a parte mais difícil. A Sia ajudou, outra sobrinha ajudou, outro sobrinho ajudou. Assim, porque eu estava lá no Rio de Janeiro e a gente ligava para eles procurarem. Porque é uma coisa que não dá pra fazer tudo de uma vez. Precisava fazer uma vez de uma família, outra vez da outra, porque a rama do meu pai tem 270 pessoas. Então são muitos, são dez filhos, eram 14, mas criaram dez. Esses dez tem bastante filhos, bastantes netos, são 270 pessoas. E daí a dificuldade de reunir os documentos, fotos. Porque tem um painel [que vem junto com o livro] com as fotos de todos, que acompanha o livro.
Quando vieram as primeiras poesias elas eram baseadas na vivencia. Quando foi para o Rio de Janeiro a maior parte de suas poesias nasceram lá e após a viagem. Qual a inspiração, a motivação que essa viagem lhe deu?
No avião eu fiz poesias. Aí eu sentava na Praça Paris, que ficava na frente da casa do Luiz Carlos (filho), eu fazia. Ou quando a gente foi na Barra, na primeira vez, fiz uma também. Fiz poesia sobre o Rio, sobre o Cristo Redentor, o Teatro Municipal, a Igreja da Candelária.
A beleza do Rio, então, foi à inspiração?
È, um pouco sim.
E o outro pouco?
[Risos] Aparece assim, ó. Aconteceu uma vez uma coisa assim: a Cassilda (sobrinha) estava doente, foi lá em casa, foi se queixar pra mim. Queria que eu rezasse, pra pedir uma ajuda pra ela melhorar. Então ela pediu pra eu fazer uma oração e disse assim: “eu acho que eles estão me enganando, eu queria que eles dissessem a verdade pra mim, eu queria, assim, a verdade transparente”. E aí a Cassilda foi embora e eu fiquei com aquilo, “verdade transparente”. No outro dia eu fiz uma poesia. Com a “verdade transparente”. A poesia é “Amor Fraterno”.
Qual a maior contribuição da poesia na sua vida?
Ela me deixa alegre, me deixa feliz, a gente as vezes está sozinha e pensa diversas coisas e eu estando fazendo poesia eu não preciso pensar, por que aquelas horas passam sem eu pensar em coisas tristes. Na saudade.
De quem a senhora tem mais saudades?
Do Luiz. Meu marido. [Um leve sorriso] Tenho do meu pai, da minha mãe, dos meus irmãos, todos foram bons, mas mais é do meu marido.
E escreve muitas poesias pra ele?
Sim, já escrevi. Fiz uma poesia um mês depois que ele tinha falecido: “todos os vasos precisam de flores como todos os corações precisam de amores mas o meu está vazio desde que partiu tivemos momentos lindos nosso natais iluminados mas também houveram dias difíceis que ficaram lá no passado” Tem um pedacinho que agora não lembro. Sabe porque, nós tínhamos um pé de rosa amarela, que ele me deu de presente, um pezinho com uma rosa. Aí eu plantei em um vasinho. E essa rosa era muito falada, nós dois colocávamos a rosa no sol, tirávamos a rosa do sol, botávamos na sombra, botava de noite na rua e na semana em que ele faleceu tinha uma rosa aberta. E quando aquelas pétalas da rosa amarela. [Saiu sem explicar, deixando-nos na sala. Voltou do quarto com o saquinho com pétalas das flores] Aqui está o raminho de flor aquele apanhou no último dia. Ele faleceu a noite e de manhã ele foi cidade, no INPS, buscar gaze esterilizada, na volta sentou no jardim, encontrou um amigo, eles conversaram e ele apanhou este galinho de flor e me deu. Aí botei no vasinho, botei debaixo do pinheiro, isso era 2 de janeiro. Aí ficou lá depois de 2 ou 3 dias que ele tinha falecido, eu fui tirar o pinheiro e achei a florzinha. Aí eu sequei, só que agora não parece mais, está 13 anos aqui dentro.
Existe um sonho que ainda não foi realizado pela senhora?
O meu sonho era ir lá Itália, mas não deu. Quando eu comecei a planeja pra fazer o passeio já era muito tarde. Não tenho mais condições de viajar. Nem para o Rio eu tenho mais vontade de ir. Fui oito vezes sozinha para o Rio.
2 comentários:
Tu edita melhor que eu!
Estéticamente teu post ganhou do meu. Muito bom! ^^
Seu FILHO DUMA PUTA que não foi no grupo de jovens
Nao exagera ne. Ta modesto o meu blog. Mas valeu pelo elogio e desculpa por nao ter ido ao grupo !!! Num deu...
Postar um comentário