quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

MUITO ALÉM DO CIDADÃO KANE 2

Em tempos de mudanças, com a Globo apoiando o governo Lula e precisando muito da boa vontade do governo e de muito dinheiro público para aumentar sua receita. Também seria bom lembrar aos petistas que hoje ocupam o poder, uma pequena notícia publicada no jornal O Estado de S.Paulo de 09/06/1993. Recordar é viver:

"PT mostra na Câmara documentário da TV inglesa sobre a Globo"

(Brasília, 9/6/93). A fita de vídeo ‘Brasil: Além do Cidadão Kane’, documentário produzido pela televisão inglesa ‘Channel Four’ sobre a Rede Globo, foi exibida hoje no espaço cultural da Câmara dos Deputados para uma platéia formada por políticos e jornalistas. A sessão foi promovida pelo PT e o deputado Luiz Gushiken (PT-SP), que conseguiu a fita na Inglaterra e encaminhou hoje uma cópia do programa para a Comissão de Ciência e Tecnologia da Câmara.

Com base no documentário, que denuncia as ligações da Globo com os militares, Gushiken vai encaminhar uma representação à Procuradoria-Geral da República para que a emissora do empresário Roberto Marinho seja enquadrada no artigo 220 da Constituição, por formação de monopólio e oligopólio...’

É, o mundo dá mesmo muitas voltas! Quem diria, hein? Os partidos e os políticos mudam, mas a verdade é que o vídeo de Simon Hartog continua ‘censurado’. Trata-se de um documento fundamental para entendermos o Brasil e a nossa TV. Uma referência importante para a formação das novas gerações de brasileiros e de jornalistas que não têm a menor idéia do passado do nosso principal meio de comunicação.

O documentário envelheceu, mas ainda contém uma coletânea de informações preciosas sobre a História da TV brasileira. É uma visão de um cineasta estrangeiro de um Brazil com Z. Mas a vantagem é que o Simon Hartog não tinha sido ‘hipnotizado’ ou se intimidado pelo poderio das imagens da nossa televisão. Hartog, certamente, estava ‘muito além do nosso cidadão Kane’. Como era de se esperar, ele morreu alguns meses após a exibição do seu polêmico documentário. Para nós brasileiros, espero que tenha valido a pena."

*Para que ainda não assitiu nem um pedacinho do documentário, ai vai a primeira parte do video:



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sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

MUITO ALÉM DO CIDADÃO KANE

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O documentário de Simon Hartog sobre a Rede Globo para a TV britânica está completando 16 anos. Por mais incrível que pareça, continua proibido para aqueles que seriam os principais interessados: os telespectadores brasileiros.
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Apesar de todas as mudanças em nosso país, o último trabalho de um grande documentarista permanece refém de artifícios jurídicos. Simon Hartog cometeu a ousadia de dirigir seu olhar sobre a nossa televisão e, no Brasil, é muito perigoso mexer com os interesses dos poderosos. A justiça se tornou desculpa para ‘censura’. Em contrapartida, criou-se uma grande rede de vídeos piratas, que se encarrega de divulgar de todas as maneiras possíveis o documentário mais proibido do Brasil.
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Simon Hartog era considerado um dos mais polêmicos diretores da antiga escola britânica de documentários. Ele fazia parte de um grupo de cineastas europeus de esquerda. Todos estavam envolvidos com a produção de filmes considerados ‘sensíveis’.
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O documentarista impressionava muito pela seriedade e profissionalismo com que se dedicava a um projeto tão complexo e polêmico. Apesar de acreditar no documentário, tinha sérias dúvidas se conseguiria realizá-lo sem as imprescindíveis autorizações globais. Ele bem que tentou obtê-las. Solicitou por escrito todas as imagens e as entrevistas necessárias para a produção do documentário e, obviamente, tudo lhe foi negado pela direção da Globo.
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A Rede Globo garantiu muitas dores de cabeça ao velho Sr.Hartog. Os advogados da empresa tentaram durante longos meses impedir a exibição do documentário na Inglaterra e em qualquer país do mundo. Mas Hartog era um homem com uma missão e não se intimidou com as negativas da Globo. Muito pelo contrário. Ele buscou e encontrou as soluções consideradas ‘alternativas’ para ilustrar o seu documentário. De qualquer maneira, os advogados da empresa fracassaram e o documentário foi exibido pela primeira vez, com muito sucesso em 10 de março de 1993.
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Mas aqui no Brasil, tudo seria diferente. A Globo venceu na justiça e o público brasileiro perdeu. Estamos impedidos de assistir a depoimentos brilhantes de personalidades como Chico Buarque, Leonel Brizola e Washington Olivetto, e tantos outros que conheceram na pele o poder da Globo.
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Fonte: web site comuniquese

domingo, 8 de fevereiro de 2009

A vida que ninguém vê

No livro, Eliane Brum vai a campo, em busca de vidas diferentes dentro de uma mesma sociedade. Pessoas simples, que viviam no anonimato. O talento de Eliane mostrou que não existe história somente quando o homem é quem morde o cachorro. Ao extrair personagens antológicas de onde os outros só enxergariam a mesmice, A autora faz histórias da vida real com pessoas simples em situações corriqueiras, inovando o jornalismo brasileiro.

Para produzir as crônicas, Eliane percorria três etapas:

* Na primeira, era a tarefa mais crítica, pois ela precisava inspiração e sensibilidade para escolher seu personagem.

* Na segunda, a entrevista. Que tenta extrair o máximo, passado confiança e profissionalismo para o entrevistado.

* Na terceira, era a tarefa mais fácil para Eliane, escrever.

É assim que a autora relata as histórias extraordinárias de vida anônima. Eliane mergulha no cotidiano para provar que não existem vidas comuns. Com certeza você não irá mais se esquecer de personagens como Adail, o carregador de malas do aeroporto que nunca havia voado. Do Geppe Coppini, o mendigo de Anta Gorda que nunca pediu nada. Ou de casos inusitados como do Alemão, o macaco que fugiu da jaula e foi ao bar beber uma cerveja. O livro traz 23 histórias inéditas que mudarão o seu jeito de olhar as coisas.
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Autora


A jornalista Eliane Brum, 42 anos, ganhou mais de 30 prêmios de reportagem, no Brasil e no Exterior. Gaúcha nascida em Ijuí, no Rio Grande do Sul, sempre olhou para a vida e para as pessoas de uma maneira diferente.

Formou-se em jornalismo pela PUC, e logo começou a trabalhar no jornal Zero Hora em Porto Alegre, onde ficou por 11 anos. No jornal, fez um dos trabalhos que considera como dos mais especiais que já realizou: “A vida que ninguém vê” – uma coluna publicada nas edições de sábado no final dos anos 90 contando histórias da vida real.

Atualmente, Eliane Brum é repórter especial da revista Época, em São Paulo. Em 1994, publicou o livro Colunas Prestes – O Avesso da Lenda, pelo qual recebeu o prêmio Açoriano de Literatura como autora revelação. Em 2005, lançou o curta “Uma história Severina”. O documentário vencedor de seis prêmios, conta a história de uma mulher grávida de um feto sem cérebro.

* O livro foi vencendor do Prêmio Jabiti 2007 - Melhor livro de reportagem.