domingo, 18 de maio de 2008

Internacional, só no nome


Enquanto o Aeroporto Internacional Hercílio Luz, da capital, registra um grande aumento na demanda internacional, o esquecido Aeroporto Internacional de Navegantes registrou apenas 54 passageiros internacionais no ano passado.

Internacionalizado em 2005, o Aeroporto de Navegantes atendeu bem as temporadas de 2005 e 2006. Aproximadamente nove mil turistas internacionais, a maioria latino-americanos e em vôos fretados (charter), passaram pelo terminal Ministro Victor Konder.

Mas, ainda em 2006, um redirecionamento dos vôos da América Latina somente para o Aeroporto Internacional Hercílio Luz, de Florianópolis, adiou mais um sonho da região.

Desta vez, a insistência de lideranças empresariais e do setor turístico é para garantir, no Aeroporto de Navegantes, a condição de internacional além do nome. Dois anos atrás, a baixa demanda de passageiros internacionais para Navegantes determinou a desistência da TAM dos vôos charter, direcionando-os para a Capital.

Hoje, o primeiro obstáculo para a retomada destes vôos é a pista de Navegantes que, com 1,7 mil metros, já não comporta as aeronaves mais usadas pelas maiores companhias aéreas nos vôos para a América Latina. A infra-estrutura dentro do terminal também é um problema que impede o crescimento da demanda, segundo o presidente da Associação Empresarial de Navegantes (Acin) José Gonzaga dos Santos:

- O aeroporto não comporta uma linha internacional ou vôos fretados regulares porque o terminal de passageiros é pequeno, não possui conforto e o equipamento adequado de alfândega. Até vôos domésticos estão diminuindo pela falta da estrutura.

O terminal conta com seis vôos regulares por dia. Com capacidade para atender a 600 mil passageiros por ano, recebeu ano passado 419 mil, índice 10% menor que o de 2006. O superintendente, Sérgio Luiz Canez, atribui a queda em parte à crise na aviação, que afetou todo o país. Ele ressalta que o movimento tornou a crescer nos últimos meses e que os investimentos no aeroporto serão retomados ainda em maio.

A Infraero anunciou para o final de maio a abertura de uma licitação no valor de R$ 700 mil, para o projeto de reforma do terminal. As obras estão previstas para 2009. Segundo Canez, a reforma prevê ampliação das salas de embarque e desembarque, instalação de telhado com isolamento termo-acústico, escada rolante, rampas e sanitários com acessibilidade a portadores de necessidades especiais. O sistema viário em frente ao prédio também passará por mudanças para ampliar as vagas de estacionamento e o terminal terá modificações na arquitetura.

A solução dos problemas estruturais do Aeroporto de Navegantes, incluindo a construção de uma nova pista e do novo terminal de passageiros, é a principal reivindicação das lideranças empresariais e políticas do Litoral Centro-Norte.
Segundo promessa do presidente da Infraero, Sérgio Gaudezi, durante o encontro em Brasília com as associações empresariais do Vale do Itajaí, em abril, R$ 15 milhões estão garantidos para indenizar os proprietários. As terras já são consideradas de utilidade pública, por lei. Esta verba do PAC resultaria na construção do novo terminal de passageiros e de uma nova pista, com 2,6 quilômetros.

Dados: Jornal de Santa Catarina.

segunda-feira, 12 de maio de 2008

Caso Isabella, o novo reality show da TV brasileira


É o que parece. O caso Isabella realmente virou um reality show na TV brasileira. As grandes redes de televisão do país montaram estruturas de cinema para a cobertura do caso. O prédio onde a menina morava tornou-se um grande estúdio de TV coletivo. Lá estão: dezenas de repórteres, câmeras, diretores, unidades móveis e até torres de transmissão, sem falar no pessoal que controla os equipamentos técnicos. Tudo isso para garantir aos telespectadores um episódio diário sobre o crime que abalou o Brasil.

A Rede Record lidera na cobertura do caso dos Nardoni. Desde cedo o assunto ganha espaço na grade. Estréia no jornal matutino e vai sendo abordado nos programas jornalísticos (alguns nem tanto) como: Hoje em Dia, Balanço Geral, SP no Ar, etc. Sem contar os plantões ao vivo que interrompem a programação constantemente. A cobertura do caso deixa, muitas vezes, a Record em primeiro lugar na audiência, garantindo sua conquista a caminho da liderança.

A poderosa Rede Globo também está cobrindo intensamente o caso Isabella. O assunto ganha destaque no Fantástico, que exibiu uma entrevista exclusiva com o casal Nardoni. Até a Ana Maria Braga incluiu o assunto em seu programa culinário, recentemente apresentado como jornalístico.

Enquanto isso, uma multidão clama por justiça e não perde um capítulo do caso Isabella, o novo reality show da TV brasileira.

sábado, 10 de maio de 2008

Dona Nina Ardigó - Uma vida em busca do passado

Antonieta Ardigó Formonte, a vó Nina, é aposentada, tem 81 anos e em plena terceira idade, aos 76, concretizou um grande sonho, seu livro. A obra “As Três Idades: Tradição, Família e Poesia”, reúne relatos da vida da autora, uma árvore genealógica da família Ardigó – fruto de muito trabalho e extensa pesquisa – e, claro, suas poesias. A itajaiense que morou grande parte da vida em Brusque e nos últimos anos esteve várias vezes no Rio de Janeiro para a produção de seu livro concedeu entrevista aos blogs Diário de Hermes e Visão Extra, em sua residência, uma quitinete na Rua Silva, cidade de Itajaí. Dona Nina, que estudou até a quarta série primária, contou aos acadêmicos de jornalismo, Juliano Roberto Flor e Thiago Amorim Caminada, sobre as dificuldades que enfrentou para a produção de sua obra. Muito falante e disposta a vovó de três netos lembrou de suas primeiras poesias, escritas na infância, e da maneira como produz e vive suas poesias.

Como surgiu o gosto e a habilidade de escrever poesias?
Desde pequena. Eu tenho uma poesia que eu fiz com 8 anos. A poesia mais antiga é a primeira e a segunda. Uma com oito e a outra com 10. Mas essas não saíram no livro porque eu não lembrava mais, elas foram perdidas, depois com o tempo eu fui pensando e fiz elas outra vez. A minha professora, quando tinha oito anos, me ensinou a fazer rimar. Ela leu um para nós, a dona Terezinha Praum, e aí ela falou em rima e eu curiosa perguntei “o que é rima?”. Daí ela fez uma rima, depois ensinou mais. E eu fiz em casa. Assim ó? “Eu vi uma rosa sorrindo lá no jardim/ vi também sorrindo para mim/ por que as rosas precisam chorar e sorrir assim?” Essa é a primeira que eu fiz. Porque eu gostava muito de rosas, eu achava que a rosa quando tava chovendo que ela chorava, pingava água, ela chorava, e quando tinha sol ela tava sorrindo.

Quando nasceu a idéia do livro de poesias?
Ali pelo ano 2000, mas eu não queria fazer só de poesias, porque eu não tinha muitas naquela época ainda. Tinham poucas. Porque meu livro bom à enchente levou.

Dentro de tudo que envolveu a produção e pesquisa do livro. Qual foi a maior dificuldade?
Do livro... Foi reunir os documentos dos parentes que é tudo distante. A busca pelos documentos foi a parte mais difícil. A Sia ajudou, outra sobrinha ajudou, outro sobrinho ajudou. Assim, porque eu estava lá no Rio de Janeiro e a gente ligava para eles procurarem. Porque é uma coisa que não dá pra fazer tudo de uma vez. Precisava fazer uma vez de uma família, outra vez da outra, porque a rama do meu pai tem 270 pessoas. Então são muitos, são dez filhos, eram 14, mas criaram dez. Esses dez tem bastante filhos, bastantes netos, são 270 pessoas. E daí a dificuldade de reunir os documentos, fotos. Porque tem um painel [que vem junto com o livro] com as fotos de todos, que acompanha o livro.

Quando vieram as primeiras poesias elas eram baseadas na vivencia. Quando foi para o Rio de Janeiro a maior parte de suas poesias nasceram lá e após a viagem. Qual a inspiração, a motivação que essa viagem lhe deu?
No avião eu fiz poesias. Aí eu sentava na Praça Paris, que ficava na frente da casa do Luiz Carlos (filho), eu fazia. Ou quando a gente foi na Barra, na primeira vez, fiz uma também. Fiz poesia sobre o Rio, sobre o Cristo Redentor, o Teatro Municipal, a Igreja da Candelária.

A beleza do Rio, então, foi à inspiração?
È, um pouco sim.

E o outro pouco?
[Risos] Aparece assim, ó. Aconteceu uma vez uma coisa assim: a Cassilda (sobrinha) estava doente, foi lá em casa, foi se queixar pra mim. Queria que eu rezasse, pra pedir uma ajuda pra ela melhorar. Então ela pediu pra eu fazer uma oração e disse assim: “eu acho que eles estão me enganando, eu queria que eles dissessem a verdade pra mim, eu queria, assim, a verdade transparente”. E aí a Cassilda foi embora e eu fiquei com aquilo, “verdade transparente”. No outro dia eu fiz uma poesia. Com a “verdade transparente”. A poesia é “Amor Fraterno”.

Qual a maior contribuição da poesia na sua vida?
Ela me deixa alegre, me deixa feliz, a gente as vezes está sozinha e pensa diversas coisas e eu estando fazendo poesia eu não preciso pensar, por que aquelas horas passam sem eu pensar em coisas tristes. Na saudade.

De quem a senhora tem mais saudades?
Do Luiz. Meu marido. [Um leve sorriso] Tenho do meu pai, da minha mãe, dos meus irmãos, todos foram bons, mas mais é do meu marido.

E escreve muitas poesias pra ele?
Sim, já escrevi. Fiz uma poesia um mês depois que ele tinha falecido: “todos os vasos precisam de flores como todos os corações precisam de amores mas o meu está vazio desde que partiu tivemos momentos lindos nosso natais iluminados mas também houveram dias difíceis que ficaram lá no passado” Tem um pedacinho que agora não lembro. Sabe porque, nós tínhamos um pé de rosa amarela, que ele me deu de presente, um pezinho com uma rosa. Aí eu plantei em um vasinho. E essa rosa era muito falada, nós dois colocávamos a rosa no sol, tirávamos a rosa do sol, botávamos na sombra, botava de noite na rua e na semana em que ele faleceu tinha uma rosa aberta. E quando aquelas pétalas da rosa amarela. [Saiu sem explicar, deixando-nos na sala. Voltou do quarto com o saquinho com pétalas das flores] Aqui está o raminho de flor aquele apanhou no último dia. Ele faleceu a noite e de manhã ele foi cidade, no INPS, buscar gaze esterilizada, na volta sentou no jardim, encontrou um amigo, eles conversaram e ele apanhou este galinho de flor e me deu. Aí botei no vasinho, botei debaixo do pinheiro, isso era 2 de janeiro. Aí ficou lá depois de 2 ou 3 dias que ele tinha falecido, eu fui tirar o pinheiro e achei a florzinha. Aí eu sequei, só que agora não parece mais, está 13 anos aqui dentro.

Existe um sonho que ainda não foi realizado pela senhora?
O meu sonho era ir lá Itália, mas não deu. Quando eu comecei a planeja pra fazer o passeio já era muito tarde. Não tenho mais condições de viajar. Nem para o Rio eu tenho mais vontade de ir. Fui oito vezes sozinha para o Rio.

segunda-feira, 5 de maio de 2008

Bandas de um sucesso só

Para completar, mas alguns conjuntos que estouraram nas paradas tempos atrás e desapareceram repentinamente.


Cravo e Canela (1994)

Sucesso: Lá Vem o Negão
Lá vem o negão, cheio de paixão
Te catá, te catá, te catá
Quanto vendeu: 300 000 discos
Quanto tempo durou: quatro meses
O que faz agora: a banda voltou ao anonimato



Virgulóides (1997)


Sucesso: Bagulho no Bumba
É, é, é Eu acho que o bagulho
É de quem tá de pé
Quanto vendeu: 200 000 discos
Quanto tempo durou: quatro meses
O que faz agora: a banda foi demitidada gravadora Universal.


Só no Sapatinho (1998)
Sucesso: Só no Sapatinho
Só no sapatinho, ô ô
Só no sapatinho, ô ô
Quanto vendeu: 100 000 discos
Quanto tempo durou: dois meses
O que faz agora: tentou emplacar outra canção, Bichinho de Pelúcia, e fracassou.

sábado, 3 de maio de 2008

Cadê o P.O Box?

A banda criada por cinco jovens de Goiânia apareceu nas rádios brasileiras em 1999. Seu maior sucesso foi à música “Papo de Jacaré”, que acabou virando febre nacional no verão de 2000.

O grupo composto por: Carlinhos Santos (Voz e Violão), Nelson Araújo (Guitarras, violão e vocal), Jairo Reis (Guitarras, violão nylon e vocal), Ocione Reis (Baixo e vocal) e Neil Araújo (Bateria, programações e vocal) desapareceu da mídia nacional alguns meses após ter conquistado o país.

Por agradar toda a família com músicas bem balançadas, festivas, letras bem construídas e sem apelação vulgares, P.O Box tinha a agenda de shows lotada e chegava a cobrar 12 mil reais para se apresentar em programas de grande audiência, como o Domingão do Faustão e Xuxa Park.

Infelizmente, P.O Box entrou para um grupo chamado: Bandas de um sucesso só. Estas bandas são descartáveis, programadas para durar um ou dois verões. O diretor artístico Carlos Eduardo Miranda afirma que hoje em dia são poucas as gravadoras que pensam a longo prazo.

O caminho que leva ao descobrimento dos artistas efêmeros está cada vez mais curto, já que anda fácil gravar um CD caseiro e jogar cópias nos mercados regionais. Se uma música de um disco desses cai no gosto popular, uma gravadora grande compra o pacote e, sem maior trabalho, o lança para o plano nacional. Foi exatamente isso que aconteceu com o P.O. Box.